O que significa Imperialismo e Neocolonialismo
Imperialismo, conhecido também por neocolonialismo, foi a política de expansão de poder e dominação de um Estado sobre outros nos séculos XIX/XX.
O imperialismo é denominado como um conjunto de ações geopolíticas caracterizadas pelo estabelecimento de relações de poder em espaços geográficos situados na Ásia, África e América.
As práticas imperialistas foram desempenhadas pelas grandes potências industriais, a partir da segunda metade do século XIX.
Os grandes países como Inglaterra, França, Império Alemão, Estados Unidos, Bélgica e Japão, tinham por objetivo principal a conquista de novos territórios.
Para isso criavam uma relação de poder no campo político, econômico e cultural com os países dominados.
Imperialismo e neocolonialismo: qual a diferença?
Diferente do que muitos pensam, os termos neocolonialismo e imperialismo têm os mesmo significado e ambos são utilizados para denominar as práticas tomadas pelas grandes potências imperialistas sobre outras nações, no período dos séculos XIX / XX.
As ações geopolíticas no Imperialismo
O conceito de geopolítica está fortemente ligado ao do imperialismo, já que diz respeito às relações de poder no território demográfico mundial.
Essas relações tinham por finalidade estabelecer o domínio sobre territórios estratégicos, para garantir o fornecimento de matérias-primas, mercados consumidores, mão de obra e outros recursos naturais.
Dominar todos esses recursos era fundamental para sustentar o crescimento econômico do próprio país, garantindo a estabilidade política e social, bem como a defesa militar do seu próprio Estado.
Além disso, na segunda metade do século XX, o imperialismo buscava assegurar o controle do sistema de transportes em benefício das principais potências mundiais.
Esse sistema servia principalmente para o deslocamento de pessoas, objetos e alimentos, além do fácil acesso a novos locais.
Veja mais sobre o significado de Imperialismo.
Colonialismo x Neocolonialismo
O imperialismo também é conhecido como neocolonialismo por ter a mesma motivação da fase colonialista: a exploração de novos territórios.
Porém, o neocolonialismo foi executado em lugares distintos dos territórios colonizados nos séculos XVI e XVII. Seus objetivos também foram diferentes.
As principais diferenças entre o colonialismo e o neocolonialismo foram:
- Territórios dominados: enquanto o colonialismo se estendeu pela América do Norte, litoral da África, América do Sul, entre outros, o neocolonialismo iniciou após a Revolução Industrial, quando os países europeus começaram a conquistar áreas na África e na Ásia, principalmente as zonas próximas a China, Japão e Índia;
- Contextos históricos: o colonialismo se desenvolveu no contexto da expansão marítima e comercial europeia, entre os séculos XVI e XVIII, no período das grandes navegações e da integração dos continentes por meio dos transportes marítimos nos oceanos. Já o neocolonialismo ocorreu a partir da segunda metade do século XIX, durante a segunda fase da Revolução Industrial;
- O método de dominação: a conquista da América no colonialismo, por exemplo, foi desenvolvida através de alianças com os povos indígenas que eram rivais entre si, com ampla dominação cultural, principalmente com imposição da religião católica e da língua espanhola e portuguesa. Já no neocolonialismo, a dominação estabelecida pelos europeus foi feita principalmente com o uso da superioridade militar, mostrando sua força bélica aos territórios dominados. Ao contrário do colonialismo clássico, temos uma menor intervenção do Estado no neocolonialismo, uma vez que predominava o liberalismo econômico;
- Objetivos da dominação: no período do colonialismo clássico, os objetivos fundamentais eram a obtenção de especiarias, produtos tropicais de alto valor comercial no mercado europeu e de metais preciosos, como o ouro e a prata. Já o imperialismo tinha como principal objetivo a obtenção de matérias-primas, mercados consumidores, e área para o excedente de capital e populacional. Todos esses objetivos eram estratégias elaboradas para sustentar o crescimento industrial das nações envolvidas na conquista de novos territórios.
- Doutrina Religiosa: a igreja protestante/anglicana tinha interesse em evangelizar os territórios dominados, assim como a Igreja Católica fez na fase colonial.
- Uso de mão de obra: enquanto o colonialismo foi marcado por um grande uso de mão de obra escrava, o imperialismo foi marcado pelo uso de mão de obra com troca de mercadorias ou até mesmo moeda local.
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A motivação do desenvolvimento imperialista e o Darwinismo social
A maior justificativa exposta pelas grandes potências mundiais para o imperialismo, foi a industrialização.
Os países que passaram pelo processo de industrialização durante a Revolução Industrial, principalmente a Inglaterra, precisavam de matéria-prima, mercado consumidor e lugares para investimento em áreas estratégicas.
Os grandes Estados queriam expandir seus impérios para realizar o escoamento populacional. Por isso, enviaram algumas pessoas para os países dominados na era imperialista, já que seus grandes centros urbanos estavam sofrendo com um grande crescimento populacional.
Ao longo dessa fase, os países imperialistas alegavam que o processo de dominação territorial era uma causa 'humanitária'. Assim, levavam a civilização para os outros povos, considerados menos desenvolvidos e ainda não industrializados.
Toda essa ideia também foi justificada devido a obra de Charles Darwin sobre a evolução das espécies, onde o autor afirmou que existem espécies mais evoluídas do que as outras.
Mesmo Charles Darwin não direcionando sua teoria para o contexto social, as grandes potências a usaram como desculpa para criarem o Darwinismo Social, justificando que alguns povos eram mais evoluídos do que outros.
A partir dessa interpretação, podiam apresentar ou ensinar os seus conhecimentos e industrialização, doutrinando os locais que consideravam menos desenvolvidos.
Dentro do Darwinismo Social, os europeus dividiam a humanidade em três raças: os caucasianos: brancos europeus; os mongoloides: índios americanos e asiáticos; e os negroides: negros e africanos.
No contexto dessa teoria, os europeus se autointitularam como geneticamente mais evoluídos e poderosos, segmentando-se dentro do grupo dos caucasianos.
Segundo a teoria especulativa, eles possuíam a missão de levar a civilização e industrialização aos povos considerados por eles como menos evoluídos: os mongoloides e negroides.
As estruturas coloniais no imperialismo
Diferente da colonização, os territórios dominados pelos imperialistas se estruturavam de forma única, com objetivos distintos. A estrutura básica era:
- Colônias: eram governadas diretamente pela metrópole, pelo país europeu. O Estados designavam um governante para o local, que consequentemente faria parte do império ou do país imperialista. Um exemplo é o império britânico que conquistou 1/3 do mundo;
- Protetorado: o local dominado pelo império mantinha seu governo original, porém este governo era totalmente aliado a um Estado europeu;
- Área de influência: zonas dominadas que possuíam um governo formalmente autônomo, mas que se submetiam a um tratado ou um acordo desigual com algum país europeu. Esse acordo era desigual porque favorecia o país imperialista e não ao país dominado, ou porque foi realizado um acordo forçado.
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Fonte: Significados
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