O que significa Helenismo
O helenismo, também conhecido como período helenístico, foi um período da história que representou a expansão da cultura grega, também chamada de cultura helenística
Durante este período, a Grécia esteve sob domínio da Macedônia, comandada pelo imperador Alexandre Magno, também conhecido como Alexandre, O grande. Esse período de expansão deu-se entre 146 a.C. e 323 a.C.
Escultura representando o rosto de Alexandre Magno
O imperador macedônico conseguiu expandir o domínio da Macedônia para todas as cidades da Grécia antiga e acabou por criar um império cujo cerne era a cultura grega.
Desta forma, toda a influência cultural grega foi absorvida por Alexandre, que passou a disseminá-la para além da Península Balcânica.
Território dominado pelo helenismo
A expansão da cultura grega teve lugar desde o Mar Mediterrâneo até a Ásia Central, abrangendo, desta forma, o norte da África, o império Persa (no Oriente Médio), o leste europeu e a Índia.
Mapa do domínio do helenismo
Alexandre Magno, que assumiu o império macedônico após o assassinato de seu pai, Felipe II, conquistou o maior império até então existente.
Apesar da língua grega ter sido adotada como idioma comum, houve uma espécie de intercâmbio cultural entre as nações e, com isso, algumas instituições assumiram o padrão grego e outras mantiveram elementos orientais.
Expansão da cultura helenística
A Alexandria, cidade egípcia cujo nome foi atribuído em homenagem ao imperador macedônico, foi o grande polo da cultura helenística, principalmente no que diz respeito às artes e à literatura.
A cidade foi sede de uma famosa biblioteca de rolos de papiro, onde constavam pelo menos 200.000 cópias de obras de sábios da antiguidade.
Antiga biblioteca de Alexandria, no Egito
Outro local de grande destaque cultural foi a cidade de Antioquia, capital da Síria.
No âmbito da filosofia, surgiram quatro novas correntes: cinismo, estoicismo, epicurismo e neoplatonismo.
Saiba mais sobre o significado de cinismo, estoicismo e epicurismo.
Fim da Biblioteca de Alexandria
A história mais conhecida sobre o fim da Biblioteca de Alexandria defende que em 642 Amir ibne Alas (então governador da província do Egito) tenha ordenado que todas as obras que não estivessem de acordo com o Alcorão fossem queimadas.
Os historiadores, no entanto, defendem outra versão para o fim da famosa biblioteca.
Segundo eles, o verdadeiro fim da Biblioteca de Alexandria aconteceu de forma gradual e bastante burocrática, e teve início no corte de verbas imposto pelo imperador romano Marco Aurélio.
Esse corte implicou a suspensão de bolsas para membros da biblioteca e a expulsão de acadêmicos estrangeiros.
Relativamente à estrutura física do local, acredita-se que ela já estivesse bastante danificada devido a diversas ações militares que ocorriam com frequência na cidade que frequentemente era um campo de batalha.
Acredita-se que quando foi incendiado, o local consistisse apenas de ruínas em sua estrutura e em seu acervo.
Segundo os historiadores, de fato praticamente todo o material existente foi queimado, usado como combustível nos fornos que alimentavam os banhos termais de Alexandria.
As únicas obras poupadas foram as de Aristóteles.
Importância do helenismo nas artes e nas ciências
O período helenístico foi de fundamental importância pois as descobertas ocorridas nesse período são de grande utilidade até hoje.
Confira abaixo como este período foi essencial para a humanidade.
O helenismo e as artes
As artes estavam disponíveis apenas para a classe nobre.
A arquitetura apresentava traços orientais, que se tornaram explícitos com o aparecimento da abóboda e do arco.
A pintura praticamente deixou de existir durante o helenismo.
A representação das diferenças raciais, da dor, da velhice, da ira e da infância através da arte surgiu durante este período.
O helenismo e a literatura
Infelizmente a literatura helenística não foi alvo de preservação e, por isso, o que resta atualmente são apenas alguns fragmentos de obras.
Os dois nomes de maior destaque na literatura atuavam no âmbito da poesia foram Calímaco (que escreveu hinos, epigramas e dois poemas épicos) e Teócrito (responsável pela criação do gênero pastoril.)
Também foi neste período que surgiu no teatro a chamada comédia nova, que representava as paixões dos cidadãos comuns e teve Menandro como principal representante.
O helenismo e a filosofia
O período helenista também foi marcante para a filosofia.
Neste período, a forma de pensar ocidental, até então predominante apenas na Grécia, passa a ser expandida para outros locais.
Também foi durante o helenismo que novas escolas filosóficas como o estoicismo, o epicurismo, o cinismo e o ceticismo surgiram.
Saiba mais sobre o significado de cinismo, estoicismo e epicurismo.
O helenismo e a ciência
As descobertas científicas ocorridas no período helenista são úteis até os dias atuais.
Neste período, teve destaque o grande matemático Arquimedes de Siracusa, que descobriu o cálculo integral, a lei da impulsão e inventou o planetário e a bomba aspirante.
No domínio da astronomia, Hiparco de Niceia atribui ao ano solar a duração de 365 dias e Aristarco de Samos mostrou que o Sol era parte central do sistema planetário.
No âmbito da medicina, Herófilo foi um dos nomes de maior destaque. Considerado o fundador da anatomia, conseguiu distinguir, através de seus estudos, o cérebro do cerebelo, descrever o duodeno, o pâncreas e a próstata.
Ele também foi responsável por descobrir o ritmo do pulso, estabelecendo através da matemática a sístole e a diástole.
Fim do período helenístico
Alexandre, o Grande não teve filhos e devido à inexistência de herdeiros, após o seu falecimento, o império foi dividido entre os generais que estavam sob seu comando. Assim surgiram três reinos: o de Ptolomeu (Egito, Fenícia e Palestina), o de Cassandro (Macedônia e a Grécia) e o de Seleuco (Pérsia, Mesopotâmia, Síria e Ásia Menor).
Esses generais, por sua vez, preservaram a herança administrativa e cultural herdada do imperador.
No entanto, Roma passou a expandir seus poderes e com isso, assumiu o domínio dos territórios que antes eram partes integrantes dos locais conquistados pelo imperador, como por exemplo a Síria, o Egito e a própria Macedônia.
Características do helenismo
Confira abaixo algumas das principais características do período helenístico.
- Ascensão da ciência
- Aumento do conhecimento
- Crescimento da física
- Progresso da matemática
- Desenvolvimento da astronomia
- Evolução da medicina
- Aprimoramento da gramática
- Desenvolvimento da geografia
O helenismo e o cristianismo
Com a expansão da cultura helenista, um vasto território passou a incorporar aspectos da cultura da Grécia.
Após a queda do helenismo, os romanos assumiram os territórios que antes pertenciam ao império de Alexandre Magno, porém, alguns aspectos culturais, como o idioma grego, foram preservados.
A influência do helenismo sobre o cristianismo nota-se, por exemplo, no fato de o Novo Testamento ter sido redigido em grego e não em latim, que era a língua do novo império.
Tendo em conta a vastidão do antigo império helenístico, a propagação da fé por parte do cristianismo foi bastante bem-sucedida visto que a língua utilizada era comum a muitos territórios, o que facilitou a comunicação entre os povos.
Desta forma, podemos dizer que o cristianismo se desenvolveu em um contexto greco-romano.
Fonte: Significados
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